cover
Tocando Agora:

PF aponta que juiz recebeu R$ 6 milhões em propina por venda de sentenças

Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal apontou que o juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica, no estado do Mato ...

PF aponta que juiz recebeu R$ 6 milhões em propina por venda de sentenças
PF aponta que juiz recebeu R$ 6 milhões em propina por venda de sentenças (Foto: Reprodução)

Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal apontou que o juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica, no estado do Mato Grosso, recebeu mais de R$ 6 milhões em propina em troca da venda de sentenças entre 2021 e 2024. O caso é um desdobramento da Operação Sisamnes, que apura um esquema de corrupção em várias frentes do Judiciário. De acordo com a Polícia Federal, os valores teriam sido repassados por uma empresa ligada ao lobista Andreson Gonçalves de Oliveira para a atual mulher do magistrado e também para as ex-companheiras dele. Andreson também é investigado por suposta atuação ilegal em gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). RELEMBRE: Juiz afastado por suspeita de venda de sentenças recebeu R$ 750 mil e diz que pagou pai de santo para 'desenvolvimento espiritual' O juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT) Reprodução A PF concluiu que há indícios "robustos" de crimes e indiciou o magistrado e o lobista pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A conclusão foi revelada pelo jornal Estado de S. Paulo e a TV Globo também teve acesso a trechos do relatório. De acordo com os investigadores, "os elementos colhidos indicam que os investigados atuaram de forma articulada, com vínculo estável e divisão de tarefas, para viabilizar a prática dos crimes sob apuração. Essa associação tinha por objetivo tanto a venda de decisões judiciais quanto a ocultação e dissimulação dos valores ilícitos por meio de interpostas pessoas e empresas sem atividade real". Agora, o relator, ministro Cristiano Zanin, deve enviar o relatório da PF para análise da Procuradoria-Geral da República, que deve decidir se vai pedir para aprofundar as investigações, arquivar o caso ou oferecer denúncia contra os investigados à Justiça. O Conselho Nacional de Justiça afastou Ivan Lúcio Amarante e apura as suspeitas envolvendo o magistrado. Procurada, a defesa do juiz Ivan Lúcio Amarante afirmou que "está trabalhando para provar a inocência de seu cliente", e que "causa estranheza a divulgação de informações na imprensa de processo e inquérito que tramitam sob sigilo". Segundo o advogado Alexandre Pontieri, "a defesa adotará as medidas judiciais cabíveis para a proteção e resguardo dos direitos e prerrogativas de seu cliente e se manifestará apenas nos autos do processo". A defesa do lobista não respondeu aos contatos da reportagem até a última atualização desta reportagem. G1 em Minuto: veja o que se sabe sobre Operação Sisamnes e inscrições de cursos técnicos